domingo, 6 de maio de 2012

CARTA À MINHA MÃE


Mãe,
guardo apenas para mim
as palavras que não pude dizer-te
quando partiste.
E como elas me pesam!
Não consegui impor-me à burocracia
que me negou
que segurasse a tua mão
que te afagasse
e que te falasse do meu amor por ti.


Talvez por isso
nunca tenha sido capaz de te escrever
uma única vez
em todos estes anos.

Mas à medida que o tempo me dá sinais
de que o nosso reencontro
está cada vez mais perto
sinto que aos pouquinhos
te vais incorporando em mim
e sinto-me um reflexo de ti
porque ajo em sintonia
com o teu modo de ser e de estar.

Saberei que perdoaste a falta do adeus na tua partida
quando os teus braços se abrirem aos meus quando eu aí chegar.


IL

2 Comentários:

Às 6 de maio de 2012 às 18:28 , Blogger GP disse...

Gostei. Beijo

 
Às 7 de maio de 2012 às 23:20 , Blogger Gaivota Maria disse...

Também eu gostei da tua. Sobretudo porque sei o que está por trás das palavras.

 

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