segunda-feira, 28 de março de 2011

OS VELHOS SÃO OS VERDADEIROS REBELDES

Os velhos são os verdadeiros rebeldes. Os jovens, por muiro rasgados que estejam os blusões de cabedal, querem sempre conformar-se com qualquer coisa. Querem fazer parte dum movimento. Querem fazer parte de uma revolução ou de uma comunidade. Os velhos só querem fazer partes. De preferência gagas. Os velhos não têm nada a perder. Podem dizer e fazer o que lhes apetece. É por isso que os velhos, mais do que os novos, dizem quase sempre a verdade. Nós é que podemos não querer ouvi-la. Há-de reparar-se que aquilo que os velhos dizem é que «a vida é uma chatice». Nós dizemos que eles estão senis. Mas eles é que têm razão.

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'

quarta-feira, 23 de março de 2011

UM GAJO PORREIRO (COMO ELE QUERIA SER LEMBRADO)

ARTUR AGOSTINHO 

Ontem, quando fui surpreendida pela morte de Artur Agostinho, que vira há 3 meses a ser condecorado pelo PR e há poucos dias a lançar um livro, fiquei demasiado surpresa  para escrever um pouco mais sobre ele. E, neste momento em que toda a Comunicação Social, já informou tudo quando pôde desta morte e os seus amigos e admiradores o velam, gostaria de deixar aqui a minha homenagem pessoal a um homem que conheci desde dos seus tempos de relator desportivo e artista de cinema, passando por toda uma vida de comunicador, e que vou recordar, pelas razões expostas, como um ser vivente, amante da vida e envelhecendo de uma maneira especial. A maneira que ele merecia. Fora das ondas hertzianas, do grande e do pequeno écran apenas me cruzei com ele um dia. E um dia muito especial para ele. Depois da sua injusta prisão, pelos crápulas de Abril em Caxias, teve de recomeçar vida e emigrou para o Brasil onde se manteve alguns anos e reconstruiu uma outra vida. Por razões do acaso, eu e o meu marido fizemos com ele a viagem de regresso, de férias para nós, e de volta à Pàtria, que lhe tinha sido injusta, para ele. Durante o voo nocturno, não o incomodámos, mas ao descer a escada, na Portela de Sacavém, não resistimos ao abraço de boas vindas àquele homem de que tanto gostávamos. Não acrescentámos, porque seria impossível,  nada mais à emoção dele porque o que  sentia era demasiado pessoal e porque todos os passageiros e pessoal da Tap o receberam do mesmo modo. Mas foi um momento que nos marcou muito. 
Obrigada pela sua vida, Artur Agostinho. VALEU A PENA TER VIVIDO ASSIM 
  
Post-scriptum: Hoje faleceu Elizabeth Taylor, a mais bela mulher que passou pelos écrans. Sem querer ofender nada nem ninguém, mas pelo que conhecemos do Artur Agostinho, podemos dizer que a presença dela, lá onde estiverem os dois, o vai animar muito. Se aqui estivesse já estaria a sair uma das suas múltiplas brejeirices.

terça-feira, 22 de março de 2011

ADEUS, ARTUR AGOSTINHO. OBRIGADA PELA LIÇÃO DE VIDA QUE NOS DESTE

segunda-feira, 21 de março de 2011

FESTEJEMOS A PRIMAVERA NESTE DIA QUE TAMBÉM É DA POESIA

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sábado, 19 de março de 2011

FELIZ DIA PARA TODOS OS PAIS

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AO MEU PAI NESTE DIA EM QUE JÁ NÃO O TENHO MAS RECORDO COM AMOR

terça-feira, 15 de março de 2011

UM DIA FELIZ PARA TODA A FAMÍLIA

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sábado, 12 de março de 2011

A LUTA CONTINUA

Hoje, a propósito da manfestação a que deram o nome de Protesto da Geração Rasca, voltei 31 anos atrás ao tempo em que palmilhei o Porto com a família, incluindo as minha filhas, ainda pequenas,  para protestar contra aquilo que não concordávamos e que, na altura, era a ameaça da comunização do país. Não sei qual das causas será a mais válida. A de hoje, contudo, tocou-me profundamente porque significava a consciencialização de toda uma geração, apoiados por nós, os mais velhos, sobre os problemas que actualmente são muito mais graves do que aqueles que então nos incomodavam. Julguei que nunca mais iria a uma manifestção de protesto. Mas fui. E sózinha, E , como dantes, com a bandeira nacional a modo de cachecol e gritando, e pulando. Fi-lo no Porto. Porque regresssei mais cedo devido a questões pessoais, uma filha ia-me pondo a par do que se passava em Lisboa e no Porto, via telemóvel. E orgulhei-me não do meu país, mas do povo do meu país e sobretudo dos nossos filhos

VIVA PORTUGAL

terça-feira, 8 de março de 2011

BOM DIA PARA NÓS

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ALELUIA - DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Aleluia 

Era a mulher — a mulher nua e bela,
Sem a impostura inútil do vestido
Era a mulher, cantando ao meu ouvido,
Como se a luz se resumisse nela...
 Mulher de seios duros e pequenos
Com uma flor a abrir em cada peito.
Era a mulher com bíblicos acenos
E cada qual para os meus dedos feito.

Era o seu corpo — a sua carne toda.
Era o seu porte, o seu olhar, seus braços:
Luar de noite e manancial de boda,
Boca vermelha de sorrisos lassos.
Era a mulher — a fonte permitida
Por Deus, pelos Poetas, pelo mundo...
Era a mulher e o seu amor fecundo
Dando a nós, homens, o direito à vida!


Pedro Homem de Mello

sexta-feira, 4 de março de 2011

MATOSINHOS VIROU SAMBÓDROMO

Matosinhos virou Sambódromo por algumas horas


Todos os anos, nesta altura cai-nos em cima o Carnaval. Confesso que foi festa de que já gostei e em que participei, mas o exagero público em que se transformou para as crianças, me afasta completamente dessa área. Lembro-me de desfiles de carnaval realizados em locais determinados, fechados ao trânsito no domingo e no feriado da terça, para evitar complicações a quem precisava e queria trabalhar. Os disfarces na sua maioria eram preparados com coisas que houvesse em casa, salvo nas grandes festas particulares ou em hotéis. Na rua a canalha divertia-se com o que tivesse à mão. Apenas os mais endinheirados tinham disfarces preparados para o efeito pelas mães ou costureiras. Qualquer semelhança com a actualidade é pura coincidência.
Matosinhos não foge à regra e a sexta-feira que antecede o carnaval, cria a confusão cá no sítio. Certo que há uns anos era bem pior quando o corso atravessava a cidade. Pelo que vi hoje, as coisas estão menos confusas porque o “sambódromo” foi transferido para o jardim Basílio Teles, em frente à Câmara Municipal talvez para que as autoridades político-administrativas possam assistir à confraternização da pequenada & companhia de pais, professores e outros curiosos. Apesar desta mudança de local, estou certa, porque vi, que a Polícia Municipal e a PSP passaram a manhã a regular o trânsito que se não foi caótico foi pelo menos muito barulhento. É que a Câmara fica no centro cívico e é o maior nó rodoviário da cidade. Tem inúmeras passadeiras para peões, umas com semáforos e a maioria sem eles. Enquanto se processou o acesso dos grupos em direcção à Câmara e o regresso às respectivas escolas, houve que cortar o trânsito inúmeras vezes. O barulho de buzinas era audível numa boa parte da cidade. Nem a cantoria da criançada, quando existia, o diminuía. Quedei-me parada a apreciar um pouco da confusão estabelecida. Comecei por pensar na crise. Mas que crise? Onde estavam os trajes feitos por mãos caseiras habilidosas? Tudo quanto desfilava era novo, comprado na Chinatown cá do sítio ou em casas especializadas. Mas tudo feito a rigor, não fosse o companheiro de carteira ir melhor vestido do que o pequeno da casa! Entre os grupos destacava-se um de abelhas, em que as crianças apareciam metidas numa espécie de caixas, todas iguais (se bem que alguns já tivessem as asas no peito e perdido os capacetes e as antenas). E não era material dos china! Uma Princesa desfilava luxuosamente vestida mas calçando umas sapatilhas (de griffe) talvez por não haver chapins (sapatos) para a sua curta idade. Não vi caras felizes entre a miudagem. Apenas os pais se mostravam entusiasmados e tentavam filmar ou fotografar os rebentos, coisa difícil, porque estava tudo em movimento. Muitos choravam até, como no caso de uma menina a quem enfiaram um fato de enfermeira do tempo da 2ª Grande Guerra e a quem os pais gritavam: - cala-te ou levas na cara! Viva o entusiamo, a alegria e a utilidade desta encenação. Só falta agora a Ministra aparecer lado a lado com Sócrates a proclamarem nas TVs mais um sucesso deste objectivo de um qualquer novo plano curricular.~

Definitivamente isto não é um país. É um espaço carnavalesco


Post-scriptum : um louvor especial e a minha admiração total aos varredores da Câmara de Matosinhos que, num trabalho ímpar, rapidamente conseguiram fazer esquecer que o Parque Basílio Teles acabara de ser palco de uma batalha campal de confetti e rolos de papel.