sexta-feira, 29 de outubro de 2010

EM DIAS EM QUE AS PALAVRAS NOS MORDEM LEMBREMO-NOS DAS QUE NOS BEIJAM

HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.


De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.


(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

ALEXANDRE O'NEILL

terça-feira, 26 de outubro de 2010

São estes
Os caminhos
Que piso
Todos os anos
Quando o Outono
Chega ao meu jardim
A beleza singela
Das flores azuis
Renova
A minha alma

MC


Para ti
Um presente partilhado

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

UM OLHAR DE OUTONO

O Outono segundo a Gaivota Mimi

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sábado, 23 de outubro de 2010

NÃO SEI PORQUE O MUNDO SE INQUIETA...

Não sei por que razão o mundo se inquieta
quando estamos sozinhos. Talvez não saiba
que esgotámos os olhos no rigor dos espelhos
e que, por isso, não somos capazes de traçar
um caminho senão para o evitarmos. Na verdade,

se cai a noite, estiolam-se as aventuras entre nós –
o teu silêncio respira longamente, às vezes
paira sobre as dunas do meu corpo a conspirar,
como um tear de nuvens a fiar tempestades
ou um vento salgado a prometer naufrágios;
mas nunca converte o assomo numa história.

Não sei porque se aflige tanto o mundo
se ficamos sozinhos. Talvez ignore
que nós não somos mar de nenhuma praia,
que escolhemos poupar às falésias as cicatrizes
das ondas; e tudo para não aprendermos
o verdadeiro nome das feridas.

Maria do Rosário Pedreira

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O BAR DE FUZELHAS - O MEU PEQUENO PARAÍSO

Cada um de nós tem um sítio especial para estar, estudar, ler e partilhar bons momentos da vida com quem gostamos. O meu oferece-me um horizonte imenso onde perco os sentidos e me deixo envolver pela serenidade. A escolha da hora do dia para lá estar depende do objectivo. Mas de todas as 24h a que mais me atrai é a do final da tarde  sozinha ou em boa companhia picando um bom queijo suavizado por um bom vinho  e falando de tudo ou nada num desfrute de palavras, sensações e imagens e com este mar por cenário



 Obrigada, meu Deus, por tanta beleza e emoção

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E o sol pousou devagarinho
No lençol profundo deste imenso mar
Lembrando o jeito dos amantes
Que trocam olhares quietos
E repousam saciados
Depois de muito amar

GM

sábado, 16 de outubro de 2010

NEM A PROPÓSITO NOS DIAS DE HOJE

Dona Abastança

«A caridade é amor»
Proclama dona Abastança
Esposa do comendador
Senhor da alta finança.


Família necessitada
A boa senhora acode
Pouco a uns a outros nada
«Dar a todos não se pode.»


Já se deixa ver
Que não pode ser
Quem dá o que tem
Um dia a pedir vem.

O bem da bolsa lhes sai
E sai caro fazer o bem
Ela dá ele subtrai
Fazem como lhes convém
Ela aos pobres dá uns cobres
Ele incansável lá vai
Com o que tira a quem não tem
Fazendo mais e mais pobres.


Já se deixa ver
Que não pode ser
Dar
Sem ter
E ter sem tirar.


Todo o que milhões furtou
Sempre ao bem-fazer foi dado
Pouco custa a quem roubou
Dar pouco a quem foi roubado.


Oh engano sempre novo
De tão estranha caridade
Feita com dinheiro do povo
Ao povo desta cidade.


Manuel da Fonseca

domingo, 10 de outubro de 2010

UM MAR DE TEMPO

É tarde, amor,
chegaste tarde
neste longo caminho feito a dois.
Mas que interessa o que está "no antes"
se vivemos sonhando "no depois"?


SS

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IMENSIDÃO



O meu sentir
é em tudo tão intenso
como o tom azul
deste imenso mar.

Por isso, amor,
aqui to deixo todo.
Fitando a sua vastidão
talvez assim entendas
este meu modo estranho de te amar.
SS

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