domingo, 29 de agosto de 2010

TEMPO

E depois?
Depois o tempo não parou
Nem nos parou.
Às vezes estremeceu,
É certo,
E pareceu ficar suspenso.
Mas sempre tivemos
A capacidade de o agarrar.
E não nos perdemos nas ausências
Porque nunca as marcámos em calendários
Nem as medimos em relógios.
Apenas as vivemos na espera da chegada.

Se isto não é amar,
Tu não existes
E eu sou o nada…


SS

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

PALAVRAS

Há palavras
Que enchem a alma
Quando ela está vazia.
Se chegam sem avisar
Tornam a nossa noite em dia.
E têm sempre mais sabor
Se com elas trazem os cheiros
De outros lados do mar
GM

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

UM VENTO LEVE, UMA ESPUMA

Do beijo fica um sabor,
do sabor uma lembrança,
um vento leve, uma espuma.

Do beijo fica um sereno
olhar, o amor de coisas
minúsculas e humildes,
um pássaro que vai e vem
da nossa boca às palavras.

Do beijo fica, suprema,
a descoberta da morte.
Um vento leve, uma espuma
salgada, à flor dos lábios.

Fernando Assis Pacheco
(um amigo que perdi)

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

PARABÉNS, ROSÁRIO

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CHUVA EM TARDE DE VERÃO

Nada me deprime mais
do que chuva
em tarde de Verão.

Chuva de tarde de Verão
faz lembrar Inverno
quando apetece tricot,
lareira,
leitura (estirada num sofá)
rever Bogart, em “Casablanca”
ou ir ouvindo Aznavour
sorvendo um tinto alentejano,
legítimo,
comprado no regresso
dos dias de sol do Algarve.


Chuva em tarde de Verão
não cai bem
e não tem razão.


GM

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

UM CONTACTO COM A GALIZA

Depois de dois dias passados em contacto com a Galiza aqui deixo uma poesia que nos fala de S. Tecla, o monte que marca o nosso nó com aquela província, e uma foto especial desse monte visto do lado português:

VIENTOS DE VERANO

Hora gris con brisas del volcán
aroma de cafeto y araucaria
una algarabía se agita
en los copos de las palmeras
son los clarineros que anidan
el bullicio se confunde con
los gritos de los niños
que juegan en las aceras
los vientos del verano dan su abrazo
a las tardes de Santa Tecla
en la calle la gente luce abrigos
de colores alegres
las golondrinas trazan efímeros dibujos
en el cielo gris
una muchacha lee un libro
sentada en la grada de la puerta
que da a la calle.

Walter Iraheta Nerio



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sexta-feira, 20 de agosto de 2010


Esta mañana
Había una alfombra de gaviotas en la orilla dorada de la mar.
Esta mañana había plateadas barcas de pesca pero no había olas.
Esta mañana entraba en el puerto
un barco grande de cruceros de los que hacen soñar
con paisajes exóticos
y noches de luna.
Pero esta mañana non había veleros
como aquel en que nos gustaría
subir las rías gallegas,
escuchar el silencio,
darnos las manos
y querernos.

GM
Galicia - 2006

domingo, 15 de agosto de 2010

CHAMO POR TI

Como se o teu amor tivesse outro nome no teu nome,
chamo por ti; e o som do que digo é o amor
que ao teu corpo substitui a doçura de um pronome
- tu, a sílaba única de uma eclosão de flor.
Diz-me, então, por que vens ter comigo
no puro despertar da minha solidão?
E que mumúrio lento de uma cantiga de amigo
nos repete o amor numa insistência de refrão?
É como se nada tivesse para te dizer
quando tu és tudo o que me habita os lábios:
linguagem breve de gestos sábios
que os teus olhos me dão para beber.

Nuno Júdice

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Havia estrelas em mim
Por isso me descobriste
No outro lado do mar. 
O tempo foi voando
E apesar dos acasos e descasos
Continuas senhor
Da forma de me encontrar

GM

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O NOSSO pm E OS INCÊNDIOS

Quando se pergunta a rapazinhos da Primária (acho que agora já posso dizer isto outra vez!!!) o que querem ser quando forem grandes são raros o que não dizem "quero ser bombeiro". Pelas ausências habituais na época dos fogos se deduz que o nosso PM pertence à classe dos raros.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

VÍCIO

Versos para quê
Se ninguém os lê?
Mas teimo em fazê-los
Como uma provocação
Não aos outros
Mas mesmo a mim.
Já que insisto
Que o castigo do vício seja assim


Im

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

VENTO

Se o vento ao passar
Me ouvisse
Eu poderia contar-lhe

Que a frescura que me traz
Vem com sal de maresia
Farrapos azuis do céu
E uma dose imensa de paz.

Im

terça-feira, 3 de agosto de 2010

SER FELIZ

Para ser feliz
Não preciso de muito
Basta-me o que tenho.
Mais?
Talvez o imprevisto
De alguém me fazer lembrar
Que eu ainda existo.


GM

domingo, 1 de agosto de 2010

POESIA BREVE

Quero que a minha poesia
Seja breve
Que tenha sentido
Mas não canse.
Bastam poucas palavras
Para dizer o que sinto
Se precisar de muitas
É porque minto.
gm

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