segunda-feira, 28 de setembro de 2009

CITAÇÕES DE CONFÚCIO NO SEU ANIVERSÁRIO

Aquele que não prevê as coisas longínquas expõe-se a desgraças próximas

O homem superior vive em paz com todos, sem agir como todos. O inferior age exactamente como todos e não consegue convencer ninguém

Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo

E AGORA, SENHOR ENGENHEIRO, COMO VAI USAR SUA CRISTA?

Pois é, Senhor Engenheiro, a vida é assim. E o Snr. passou estes 4 anos a pôr-se a jeito: posição erecta, distante, atitude arrogante, teimosia q.b., tudo isto para deixar bem marcada na cabeça do Zé Povo que era o maior, o dono cá da terra e que detinha a verdade inteira. Até parecia o Luís, um rei francês que dizia “aprés moi le déluge”. Exagerou nas posições extremistas tomadas, deu azo a desconfianças de vários tipos, mas o ambiente de bolha que criou à sua volta tornou-o impune. Deve ter dado muito trabalho ao seu pai e à sua mãe em criança. Se houvesse Nobel para a teimosia já tinha sido premiado.
Só que nós somos portugueses. Teimámos em não ter memória, somos pacientes há quase 900 anos, parecemos uns cordeirinhos, mas às vezes despertamos como se saíssemos de um estado de coma. E desta vez isso aconteceu: esperamos calmamente a ver quando abalava (nos dois sentidos: tremer/ partir). Não aconteceu a segunda hipótese, mas aconteceu a primeira: tremeu. E apesar do sorriso, das palavras confiantes do discurso final, tenho a certeza, que preferia ter perdido as eleições do que ganhar sem maioria absoluta. No seu discurso não referiu esta perda uma só vez. Apenas em resposta a um jornalista abordou o assunto em tom de despacho. E quando lhe perguntavam: agora como vai ser; lá vinha a frase chapa 25,”aguardamos a indigitação do Snr. Presidente da República”.
De galo a mandar na capoeira caiu na situação de refém. Por isso é que espero para ver o que vai suceder à sua crista. Quem vai escolher para par? O CDS ou o BE? Aqui é que vamos poder conhecer se tem golpe de rins porque até agora não teve que os dobrar. Como vai arrumar a capoeira? O Dr. Louçã pelo ar e pelas expressões é mais parecido consigo, sem a sua aura, claro. É como um garnizé. A cantar é muito esganiçado e os caminhos que escolhe colidem com todos os outros bicos. Só lhe sobra o Dr. Portas, aquele para quem, quando era rei do galinheiro, olhava como se ele fosse um pintainho que até voava se lhe batesse com a asa. Mas pelos vistos ele cresceu, engordou e até já se lhe nota uma crista. Vamos lá ver o que vai acontecer com a sua quando tiver de se chegar ás boas com ele.

domingo, 27 de setembro de 2009

PARA QUEM PERDEU UMA PESSOA QUERIDA

A vida é como uma planta..

Depois do seu apogeu

Ultrapassa a morte.

Mesmo se pisada,

Maltratada,

Desfeita

Seca e quase em pó

Ressurge plena

Numa outra planta

Que nasce alimentada

Pelo que dela restou.


Isso dá-me paz

Porque faz-me acreditar

Que a morte, de certa forma,

É um novo nascimento

GM

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

MOMENTOS DE FIM DE TARDE

Estar sentada a ler
naquele doce sabor da espera
de saber que o dia vai passar e
a tarde chegar ao fim
envolta na cor
de um princípio do Outono
que ainda guarda
algum calor e muita da luz do Verão
que teima em não acabar
são momentos que se vivem
ou com boa companhia
ou de forma solitária.

Prefiro estar sozinha
porque assim tenho silêncio
e as palavras são armas
que às vezes fazem ruído.
Gozar momentos assim
só o sei fazer em paz.

GM

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A MINHA AUSÊNCIA

Na minha ausência forçada
Vivo de pequenas coisas
Que fazem com que o tempo
Seja mais leve e mais corrido:
Um pássaro que pousa no jardim,
O cão do lado que não se cala
Por causa da arara
Que lhe impuseram por companhia,
As gaivotas que sobrevoam a casa
Grasnando de fome e de raiva,
O ruído dos carros na rua,
As crianças que voltam das escolas…

São este pequenos nadas que enchem muito dos meus dias.
E depois há os amigos que me trazem flores
Ou simplesmente a eles próprios.
Conversam, rimo-nos e eles partem.
E eu permaneço
À espera que tudo volte ao normal:
Sair à rua e apaixonar-me por um livro,
Ir até ao mar para ver os namorados
Desfrutarem mais dos seus olhos
Do que do pôr-do-sol,
Ver as luzes da cidade acenderem-se
E as pessoas regressarem a casa
Depois de mais um dia
Igual a todos os outros.

A minha ausência tem um final anunciado.
Espero que ele chegue
Neste princípio de Outono
Para que o que sobra de sol ainda me aqueça
E a lua e as estrelas me iluminem o resto do caminho

GV

domingo, 20 de setembro de 2009

O FRENTE A FRENTE

Esta montagem foi feita utilizando declarações do então deputado José Sócrates ao actual Primeiro Ministro
A NÃO PERDER. Não foi gravado nos estúdios Valentim de Carvalho, em Paço de Arcos, mas no “Teatro” de S. Bento.
O Debate mais esperado em pleno período da campanha

SÓCRATES VERSUS SÓCRATES

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

NÃO SEI PORQUÊ, MAS LEMBREI-ME DESTA CANÇÃO HOJE

terça-feira, 15 de setembro de 2009

MAIS UMA ESTRELA QUE PARTIU DO CÉU DE HOLLYWOOD

DEIXA-ME SER O QUE SOU

Deixa-me ser o que sou,

O que sempre fui,
um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens
cantarão as horas

Me recamarei de estrelas
como um manto real
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...

Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!

Mário Quintana

sábado, 12 de setembro de 2009

PARA TODAS AS SEXYGENÁRIAS QUE SE LEMBRAM DA MÚSICA ABAIXO

Vi
E não resisti.
Tinha um vulto erecto
Imponente
Que a distinguia das outras
Mas o que mais atraiu
Foi a roupagem
De um vermelho
Aveludado
E modelada
Em camadas sobrepostas
Que lhe davam volume
Sem a engrossarem.
Emanava uma sensualidade,
Não sei se da cor, se do perfume
Que me apanhou na sua teia.

Chamava-se Rosa, nome banal.
Estava na florista
E agora exibe-se
Provocante,
À minha frente
Numa jarra de cristal.

GM

PAUL ANKA "RED ROSES FOR A BLUE LADY"

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

LIVRO

Peguei num livro
Ao acaso
E trouxe-o comigo.
Sei que é um romance
Porque estava escrito na contracapa
Agora tenho-o no colo,
Folheio-o distraidamente
E vou-lhe dando voltas
Sem ousar começar a ler.
Desconheço o autor
E na lombada não há resumo.
Será que hesito
Porque um livro
É sempre um mistério
Para mim
Ou porque é uma das coisas
Que na vida valem a pena?

GM

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

(PARA O DAVID COMPARAR) SHE - ELVIS COSTELLO, NOTHINHG HILL SOUNDTRACK

TOUS LES VISAGES DE L'AMOUR

A DISPONIBILIDADE DE UM AMOR

a disponibilidade de um amor
nasce numa cratera de deus

anos antes, um pequeno corpo rochoso beijou
a pele do pátio e um pequeno estrondo, tal suspiro
saiu da sua boca, expirou

a brisa, breve e quente
esvoaça sobre os sulcos da terra
e leva consigo uma espera

hoje essa terra és tu
e um amor disponível é a espera
que espera algures por ti

Jorge Reis-Sá

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A MINHA SAUDADE TEM O MAR APRISIONADO

A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.

José Jorge Letria

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

VEIO TUDO DE LONGE

Veio tudo de longe para ser
uma só coisa, nupcial e magnífica.
Caminho e tenda. O mar. Livros. A indizível
matéria da dor. Ternura
cercada e repartida, pouco
a pouco, à mesa rápida
dos lábios, clandestina voz baixa
das mãos juntas. Sobreviventes
de invernos, dúvidas, denúncias.
E o teu sorriso honrado. A oferta
duplicada e vulcânica
dos seios. Esta noite que nos pôs
à prova. Sobre o vento e o repouso
do vento. E a música ainda cheia
de muitos outros quartos. Sim, a importância
do teu rosto: alvo claro deste mês
desmedido que nós somos.

Veio tudo de longe para ser
uma só coisa, sagrada e partilhável.

O banho comum gradual e abundante
dos sentidos. As faces que só tenho
entre o convívio doce dos teus dedos
sempre em férias. E a chave
do desejo. Erecta dureza doadora
do óleo e da viagem
aos lugares da origem
e do êxtase. Resposta
da terra contra a terra.

E a surpresa ensina e desvenda
as partes mais antigas da alegria
dupla, densa, nadadora, nossa.

Vítor Matos e Sá

domingo, 6 de setembro de 2009

PARA QUEM AMA ESTE PAÍS E POR RAZÕES DIVERSAS TEM DE PARTIR

sábado, 5 de setembro de 2009

ONTEM, FINALMENTE, FUI VER O MAR

Sempre que não vou ver o mar passo o tempo a pensar nele. Quando ia para o liceu de eléctrico e fazia uma parte da viagem junto à praia, com a brincadeira entre os colegas nem dava por ele. Quando digo “ver o mar” não é pois passar por ele e deitar um olhar distraído. Ver o mar, para mim é o mesmo que “sentir o mar” mergulhar nele não com o corpo mas com o olhar. É perder-me para lá do Horizonte, como se a minha vista alcançasse a outra margem para onde ele nos foge todos os dias. Creio que isto me vem do berço. Devo ter sido muitas vezes adormecida pelo barulho das ondas, quando o vento soprava de sudoeste. Sinto uma dependência total daquela imensidão que todos os dias muda de cor, como se de um vestido se tratasse. A minha relação com a praia é diferente. Passo bem sem ela porque detesto areia. Suporto-a quando me serve de estrada para chegar à agua. Mas a maior parte das vezes prefiro vê-lo do alto de um rochedo ou da marginal. Que saudades tenho das minhas caminhadas matinais até à Foz! Vivo na esperança de as repetir. Regressava cansada, mas de alma renovada e em paz.
Voltando ao título do texto, após mais de dois meses de recolhimento em casa, fui ver o mar ontem. E, por sorte, num dos meus sítios favoritos e na hora mágica do poente. Um convívio de amigos levou-me até à Casa de Chá da Boa Nova. Fui a primeira a chegar para me posicionar e desfrutar de cada momento, de cada vaga que quebrava naqueles rochedos que, se já foram muitas vezes de morte, para mim são de vida pura. E pude ter uns bons minutos de recolhimento que me permitiram acompanhar o sol até ele se despedir de mim numa paleta de cores. Então esqueci-me que tinha gente à minha volta e senti-me só com ele. Deixei que nos fizesse companhia o nosso António Nobre. E os três rezámos sozinhos

Na praia lá da Boa Nova, um dia,
Edifiquei (foi esse o grande mal)
Alto castelo, o que é a fantasia,
Todo de lápis-lazúli e coral!

Naquelas redondezas não havia
Quem se gabasse dum domínio igual:
Oh, castelo tão alto! parecia
O território dum senhor feudal!

Um dia (não sei quando, nem sei donde)
Um vento seco de deserto e spleen
Deitou por terra, ao pó que tudo esconde,

O meu condado, o meu condado, sim!
Porque eu já fui um poderoso conde,
Naquela idade em que se é conde assim..."

António Nobre
(Fotografia extraida de http://www.photoblog.com

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

REFLEXÕES DE UM CRAVO (BRANCO)

Claro! Foi o que eu e o resto do país esperávamos. Eis que quatro anos após a sua posse o nosso PM aparece não com uma nova imagem (que anda bastante desgastada por sinal), mas com uma atitude diferente. Mansinho, suave, tipo gato dengoso a aproximar-se do dono para que ele lhe desse o biscoito apetecido que o motivasse a mostrar as habilidades. Até parecia uma pessoa banal, daquelas que se cruzam connosco na rua (por acaso conhecem alguém que o tenha conseguido ver nos últimos tempos, para além dos momentos de movimentação política?) Só que este felino escondia os seus reflexos condicionados. O biscoito que aguardava para dar o “bote” e repetir o que lhe tinham inculcado durante a lavagem cerebral dos últimos dias eram meia dúzia de pontos que ele suspeitava que o Dr. Portas abordaria. Quando isso acontecia lá vinha a repetição dos chavões decorados e que estranhamente serviam para variados assuntos por mais diferentes que fossem. Várias vezes pareceu sentir-se pouco à vontade. E então falava com voz arrastada, em tom de seminarista arrependido, tipo aqueles que estão a desejar abandonar o seminário antes das ordens e não têm coragem. Nesse momento, para se convencerem a eles próprios das suas razões para a partida,tentam mostrar-se mais moralistas e praticantes. Só que o nosso PM ainda não percebeu que já não convence ninguém. Talvez seja falta de sono dado que deve andar a dormir mal, coitado, receoso que os professores que ele e a sua adjunta insultaram ao longo do ano façam grave em cima da rosa.
Esperemos pelo próximo debate. Se aceitasse conselhos dir-lhe-ia que tivesse cuidado com a donas de casa… É que a Dra.Manuela vai à Alemanha e poderá trazer de lá algumas receitas e não só de culinária ...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O EXAME DO MENINO ZEZITO

Estou numa excitação!!! já só faltam menos de 2 horas para o menino Zézé ir ser examinado pelo senhor Professor Paulo Portas. Algumas más línguas até dizem que ele tem estado em casa fechado há dias para estudar para a prova com a ajuda de alguns dos formadores das Novas Oportunidades como aliás parece ter feito para acabar a licenciatura. Só que por azar hoje nem é domingo nem a prova é de Inglês técnico.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Epigrama gastronómico

Há mil e cem anos
de poesia num só dia,
mil e cem palavras
numa só sílaba,
mil e cem páginas
numa linha

- quando abro o livro
do teu corpo, e provo mil
e cem receitas num só
amor.


Nuno Júdice