segunda-feira, 31 de março de 2008

Esta é a garota fruto da raça

RAÇA

O Brasileiro traz dentro de si
Um Português, um Negro e um Índio Guarani.
O Luso deu-lhe a fibra audaz, arrojadiça
O bugre a natureza apática, a preguiça,
O amor à pesca, a inclinação à caça.
No excesso de carinhos e de zelos,
Reflecte do africano o doce coração
E, às vezes, dos cabelos, aquela permanente ondulação...
Em harmonia vivem sempre os três;
Enquanto o Negro bebe e o Guarani batalha,
O pobre Português trabalha.

Mas ai! Se no esplendor da graça,
Quebrando as ancas em lascivo jogo,
Uma morena passa:
O Negro dança,
O bugre pega fogo,
E o Português... avança!

Demóstenes Cristino

sexta-feira, 28 de março de 2008

Para quem nos convidou a ouvir isto e para o anónimo que enviou o texto abaixo

Comentário de um anónimo que nos afaga a alma e tudo....

MULHER Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual. Isso quer dizer, se tem forma de guitarra... Está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas. As proporções ideais do corpo de uma mulher são:curvilíneas, cheinhas, femininas.... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los. Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura.Inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais longos, melhor.Para andar com os cabelos curtos, bastam os nossos. As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas. Por que razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas é como ter o melhor sofá embalado no sótão. É essa a lei da natureza... Que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulímica e nervosa, logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde. Entendam de uma vez! Trate de agradar a nós e não a vocês. Porque nunca terão uma referência objetiva do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda. As jovens são lindas... Mas as de 40 para cima são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o Atlântico a nado. O corpo muda... Cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto, uma mulher de 40, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se autodestruindo. Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes); quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboreia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza. Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tiram a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... Viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados, e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesarianas e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto.Tudo junto! (Autor Desconhecido)

quinta-feira, 27 de março de 2008

TALVEZ TENHA SIDO ESSE O DIA

Talvez tenha sido esse o dia (foi seguramente)
em que falaste de asas,
como se a noite as fizesse crescer
por delas falarmos:
e houvesse, ao nosso lado,
o intermitente rufar das suas penas.
...
Só ontem disseste caminhamos sozinhos,
e por isso só ontem te entendi:
o silêncio do mundo está cheio de vozes.

Buescu, Helena Carvalhão

(que me perdoe o bloguista a quem roubei este poema)

Coisas que não consigo explicar

Mais uma vez apareceram poesias e músicas repetidas neste blog. E a pobre da gaivota do sul é que me apanha sempre em erro. Hoje de manhã estava tudo direitinho. Agora aparece-me novamente o erro. A única coisa que posso fazer é pedir-vos desculpa e que me avisem quando isto acontecer. Um bater de asas

quarta-feira, 26 de março de 2008

Que tal embalarmo-nos com esta música? Boa noite a todas as gaivotas

POEMA IV

Por tua causa canto as madrugadas que brilham.

De estranho reboliço estonteia-se-me a carne

e aberto às sementes fica o sangue a latejar.

É então que o teu olhar enternecido

se fecha

esquecido sobre o meu corpo.

E somos simples naturais:

a terra queimada para a ceifa

o mar correndo a percorrer

e o céu que tem azul e não é cor.

No mesmo gesto meu amor.

ISABEL ARY DOS SANTOS JARDIM

terça-feira, 25 de março de 2008

No seguimento de Gedeão: "Love is a many..." Ainda se lembram do resto?

POEMA DO AMOR

Este é o poema do amor.

O poema que o poeta propositadamente escreveu
só para falar de amor,
de amor,
de amor,
de amor,
para repetir muitas vezes amor,
amor,
amor,
amor.
Para que um dia, quando o Cérebro Electrónico
contar as palavras que o poeta escreveu,
tantos que,
tantos se,
tantos lhe,
tantos tu,
tantos ela,
tantos eu,
conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu
foi amor,
amor,
amor.

Este é o poema do amor.

António Gedeão

segunda-feira, 24 de março de 2008

Onde estará o meu amor?

Um adeus

Não um adeus distante
Ou um adeus de quem não torna cá,
Nem espera tornar. Um adeus de até já ,
Como a alguém que se espera a cada instante.
Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
De novo para ti, no mesmo barco
Sem remos e sem velas, pelo charco
Azul do céu, cansado de lá estar.
E viverei sem ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
Amor, que tu bem sabes que quem chora
Assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
To peça, diz-mo. A travessia é longa...

Não atino talvez na rota,
Que nos importa, aos dois, ir sem destino?

Álvaro Feijó

Glenn Miller-in the mood -

Atenção gaivotas:Asas a bater e toca a voar

domingo, 23 de março de 2008

Eu percebi

Querida gaivota do Sul, mas é tão bom vê-la por aqui que não desfiz o engano. Um abraço da Maria

Feita a Aleluia, é o tempo da Carne

Pois lá se acabaram os jejuns e os sacrifícios quaresmais. O almoço de Páscoa ajuda a atenuar as saudades das grandes comezainas e, que Deus me perdoe, volta o prazer de coisas boas mesmo quando elas porque são saborosas nos engordam ou são proibidas e nos fazem pecar. Que venha a Primavera no seu esplendor e apague o tempo do sacrifício. Vamos retomar a alegria de viver. E porque não começar com uma dança que nos ponha a mexer bem?

quinta-feira, 20 de março de 2008

Alleluia de Haendel

Feliz Páscoa para todas as gaivotas e gaivotinhas

Páscoa


Um dia de poemas na lembrança
Que o passado inspirou.
A natureza inteira a florir
No mais prosaico verso.
Foguetes e folares,
Sinos a repicar,
E a carícia lasciva e paternal
Do sol progenitor
Da primavera.
Ah, quem pudera
Ser de novo
Um dos felizes
Desta aleluia!
Sentir no corpo a ressurreição.
O coração,
Milagre do milagre da energia,
A irradiar saúde e alegria
Em cada pulsação.

Miguel Torga

quarta-feira, 19 de março de 2008

Pablo Neruda, Poema 18

De um poeta para outro

Poema de uma gaivota do mar de Leça

Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:

só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamante que encontrei

pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.

Ana Luísa do Amaral

terça-feira, 18 de março de 2008

Para todas as gaivotas que sobrevoam este nosso mar

Hoje descobri esta poesia que achei belíssima e adaptada a qualquer gaivota

Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.

Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.

Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar

a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.


Joaquim Pessoa

sábado, 15 de março de 2008

Sinead O'Connor ~ Nothing Compares 2 U

Para a dama de vermelho abaixo

A nova adulta na minha vida


Chegaste
Anunciando a Primavera
Trazias nos olhos a transparência do mar
O coração cheio de amor
E as mãos estendidas para a vida
Que se abria diante de ti
Olhaste para nós
E iluminaste o nosso presente
Com a promessa do teu futuro




AVÓ

sexta-feira, 14 de março de 2008

Parabéns, Carolina

A minha neta Carolina


O meu sorriso favorito
Faz amanhã 18 anos que eu fui avó pela primeira vez. Hoje à noite vamos começar a festejar a data com jantar e baile por toda a noite. A Carolina merece tudo isso porque é uma boa menina, alegre, disciplinada, coerente,óptima aluna e boa irmã, filha e neta

O que se passa neste blog

Caro bando, não vos sei dar a resposta. Há uns dias recebi um comentário que abri e entrou um vírus que disparou o meu firewall. Procedi à limpeza e achei que estava tudo certo. Dei por falta da postagem do texto sobre a Marcha da indignação mas como recebi um comentário do género do anterior, eliminei-o e julguei que por arrasto tinha ido o texto. Descobri agora, graças à chamada de atenção da sempre atenta gaivota do sul, que ele fora empurrado para o arquivo por causa do "Guardador de rebanhos". Aí também houve um problema. É que o you tube , de repente deixou de me mandar a música directamente para o blog, obrigando-me a outro processo, por incorporação,o que me poderá ter causado esta repetição. Além disso ando com a cabeça no ar com a preparação da festa dos 18 anos da minha neta Carolina e tenho tido mais do que fazer do que esperava e pouco tempo para bloguices. Com a mãe a trabalhar onde haveria de cair o resto? Desculpem-me pela desatenção. Prometo que a partir de amanhã tudo vai voltar à normalidade. Um abraço para o bando

quarta-feira, 12 de março de 2008

Maria Bethânia

A voz de uma grande para todas nós

O Guardador de Rebanhos

Para um guardador de rebanhos que veio visitar a beira-mar

sábado, 8 de março de 2008

Quando temos razão devemos estar alegres

DIA DA MARCHA DA INDIGNAÇÃO

Neste dia em que milhares dos meus ex-colegas vão manifestar em Lisboa a sua repulsa pelas condições impostas pelo Ministério da Educação que têm vindo a denegrir a classe e a prejudicar aquilo para o qual ela é vocacionada - dar aulas - , aqui deixo a minha solidariedade e os votos que muito brevemente voltem a sentir-se tão bem no seu espaço como eu me senti enquanto professora

Eu, professor

Regresso do passado
no exame diário do meu presente…
E eu,
que dizem agente de futuros imprevisíveis,
sinto-me moldada numa imagem irreal
por quem julga que o meu tempo é indistinto
entre o viver e o realizar-me num dever imposto.
Sou fruto do que ficou para trás,
de gerações que não conheci, nem senti
e cuja herança transformo, em cada dia,
no muito, pouco ou nada
de tudo quanto dou e que recebo.
São meus os pensamentos e o querer
que florescem livres, sem medos nem limites
a cada estação que passa…
E sou feliz,
mesmo quando mal me querem,
porque bem me quero
no espaço que escolhi
.
Mariamar

Poema para o Menino Jesus

Dia internacional das Mulheres

Para todas as mulheres deste espaço global e em especial para o meu bando de gaivotas e gaivotinhas aqui deixo o poema acima e um abraço do tamanho do mundo

sexta-feira, 7 de março de 2008

Para o Zé Maria, Leonor e bisavó babada


Querida Gaivota do sul

Este é o Zé Maria acabadinho de nascer


Parabéns!!! Duplamente bisavó com um mês de intervalo apenas. Que feliz se sentirá! Deste bando de gaivotas invejosas aí vai o nosso abraço desta vez pelo Zé Maria

Para um guardador de rebanhos que nos veio visitar descendo até à beira-mar

quinta-feira, 6 de março de 2008

És...

És água de ribeiro
Que escorre entre os seixos
sem se deter
e se perde saltitante
na vegetação das margens.
És brisa que passa,
me despenteia,
me beija,
mas não sinto.
És nuvem que se desfaz
no calor da aurora.
És raio de poente
ou resto de luar que se perde na praia.
És pássaro que perdeu o grupo
Na direcção do norte.
Truta que luta contra a corrente
apenas para procriar.
És folha que se solta,
paira por momentos no ar
e se perde no chão húmido.
És rasto de avião
que todos vêem,
mas de que ninguém conhece o rumo.
Estás presente em toda a Natureza.
Fazes parte dela
como a floresta e as gentes que amas.
Vives entre a morriña e a saudade
mas nada te prende.


IL

terça-feira, 4 de março de 2008

Charles Aznavour:

Uma música irresitível em qualquer situação da vida

PLANO

Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.

Nuno Júdice

segunda-feira, 3 de março de 2008

Joao Gilberto Chega de Saudade

Para a gaivota que deixou a poesia abaixo na minha caixa do correio e que não se anima a juntar-se ao nosso bando

Em que emprego o meu tempo? Vou e venho,
Sem dar conta de mim nem dos pastores,
Que deixam de cantar os seus amores,
Quando passo e lhes mostro a dor que tenho.

É de tristezas o torrão que amanho,
Amasso o negro pão com dissabores,
Em ribeiros de pranto pesco dores,
E guardo de saudades um rebanho.

Meu coração à doce paz resiste,
E, embora fiqueis crendo que motejo,
Alegre vivo por viver tão triste!

Amor se mostra nesta dor que abrigo:
Quero triste viver, pois vos não vejo,
Nem sequer muito ao longe vos lobrigo.

Eugénio de Andrade

sábado, 1 de março de 2008

Há uma gaivota...

... que anda por aqui a namorar este espaço sem coragem de meter o seu bico. Vá lá, gaivota curiosa, esta canção que nos fala do mar é um convite para se juntar a esta bando feliz de partilha de música e poesia. Aqui lhe deixo a letra da canção para ser lida atentamente depois de a ouvir pela sua Dulcinha Pontes (nos bons tempos dela). Espero que a compreenda como uma mensagem de "join to the club":

Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo.

Cancao do Mar

Para a gaivota que anda por aí...