quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

The Platters - Twilight Time

Uma canção de amor para o nosso poente

Ninguém, meu amor

Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-lo a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em que um a um
nos deitam
vendando-nos os olhos

Sebastião Alba

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

SIMONE DE OLIVEIRA

Realmente a Simone é uma das maiores referências da nossa canção nacional. Mereceu bem a homenagem que recebeu e a que eu gostaria de estar presente. Mas às vezes Lisboa está tão longe... Conhecia-a pessoalmente e partilhámos em momentos de grande brincadeira e alegria, mas também chorámos a morte de amigos comuns. A pedido da Gaivota da Beira Tejo aqui a deixámos para nos deliciar

Simone De Oliveira - Desfolhada Portuguesa

Ela também é uma gaivota como todas nós

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Depois do adeus

Um simpático anónimo juntou-se a nós e enviou um comentário a propósito da música para a Mimi com a letra desta canção do Paulo de Carvalho. Quem será ele ou ela?

PÁGINA DO DIÁRIO DE UMA EXPATRIADA

Segunda-feira, 18 de Fevereiro de 2008


Querido diário:

Por causa da minha constipação, alergia, ou o quer que seja, acordei muito cedo, quase de madrugada. Para não variar, me embalar e tentar redormir liguei o meu pequeno leitor de mp3, que por acaso também tem rádio, e pus-me a ouvir as notícias. Não sei porque carga de água, mas adormeço mais depressa com as palavras do que com a música. Defeito de construção!... Eis senão, quando ao bater das seis na Antena 1, descobri que eu, nascida no distrito e concelho do Porto, residente em Matosinhos, província do Douro Litoral, situada no Noroeste de um país chamado Portugal, estava sob um forte temporal de chuva e vento. Pus a cabeça fora dos cobertores, tirei o auricular do ouvido e não ouvi r i g o r o s a m e n t e ruído algum salvo um leve respirar constipado do companheiro do lado. Voltei a por o auricular e a meter a cabeça no sítio do costume. E o locutor continuava a debitar os horrores do temporal que se abatera sobre TODO o país. Mas que país? Aquele que se chama Portugal e onde eu julgava que estava? Duvidava. E até às sete de manhã eu fui ouvindo notícias e não ouvindo temporal nenhum. C’os diabos! Eu não deveria estar em casa porque a minha casa é em Portugal. Comecei a ficar na dúvida se estaria lá realmente ou se por qualquer acaso teria havido também uma inesperada declaração unilateral da independência do Norte, no seguimento da de ontem do Kosovo, e eu não havia dado conta. Será que Isso poderia ser uma explicação para o facto de eu não ter temporal? Mas outro problema se me levantou: se deixara de pertencer a Portugal qual era então o meu país? Não sabia e… concluí que deveria ter sido expatriada. Às sete horas ouvi, na mesma estação radiofónica e estatal, que os portos de todo o país tinham sido fechados: Olhão, Tavira, Sines, ficando Setúbal e Portimão, com circulação sob controlo. Recordei o mapa de Portugal e percebi que todos eles se encontravam a sul de Lisboa o que veio confirmar a minha expatriação porque se o sítio onde vivia fosse Portugal ao referirem “todos os portos” teriam de citar também Aveiro, Porto e Viana. E sobre estes o silêncio era absoluto. Voltei a perguntar-me a quem pertencia então e acabei na conclusão inicial: só podia ter sido expatriada. E eu que gosto tanto de Portugal fiquei com pena porque além de apátrida deixara de ser portuguesa. Pelas sete e meia felizmente surgiu a resposta para o meu problema pela voz de uma pessoa que parecia saber o que estava a dizer pois era um meteorologista do INM (Instituto Nacional de Meteorologia). Segundo ele a situação dramática que se vivia abarcava o Centro e Sul do país e não todo o país. Aí os locutores da Antena 1 mudaram a cassette e finalmente, no noticiário das oito, a verdade foi reposta. Então, depois de me perguntar se saber como estava o tempo no Norte através dos correspondentes da media e imprensa locais, da Internet, dos telefones e dos telemóveis teria sido algo intransponível para os redactores das notícias até então despejadas, pude readormecer em paz pois afinal não perdera o meu país.

Até amanhã, querido diário

Caros leitores. Desculpem-me o tom de ligeireza deste texto. Mas é que há coisas que me põem doida. A gente já sabe há muito que Lisboa é Portugal e o resto é … Mas esta mania que os autores dos noticiários emitidos da capital têm de generalizar para todo o país o tempo que faz em Lisboa, demonstra o modo fácil e leve com que compõem as notícias. O que aconteceu no dia 18 foi um exemplo evidente dessa falta de cuidado. O que me parece é que, quase diariamente, não tendo ainda os dados do INM, aqueles senhores de Lisboa se esclarecem sobre as condições atmosféricas abrindo uma janela e pondo a mão de fora para ver a temperatura e olhando para o céu a ver se chove. E depois … é só dizer como está o tempo em TODO o país. Sim, porque se houver dilúvio em Freixo de Espada à Cinta, é mesmo só lá e não em TODO o país.


(texto semanal para o Matosinhos de Hoje a publicar em 27.2)

Meravigliosa creatura (Gianna Nannini)

Para a Mimi que anda a tentar demonstrar a frescura dos seus gosto, uma sugestão da Gaivota da Beira Tejo

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Francoise Hardy - L'amitie (1965)

Com um abraço para o Alexandre que nos ofereceu uma nova família de coração

Para os proprietários da Residencial de S.Bento


Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo
“Amigo” é um sorriso
De boca em boca
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão! (…)
“Amigo” é o contrário de inimigo!
“Amigo” é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
“Amigo” é a solidão derrotada!
“Amigo” é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
“Amigo” vai ser, é já uma grande festa!


Alexandre O’Neill

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Querido bando

Até segunda-feira este blog estará por vossa conta para fofocarem. Eu vou de partida para os braços de um outro bando de amigos matar saudades dos tempos de faculdade. Vai ser um fin de semana gastronomica e afectivamente muito cheio. Divirtam-se à vontade nas minhas costas.
Até ao meu regresso

Partilha de um video musical

Antes de morrer Gilbert Bécaud gravou uma canção de despedida. Ela aqui vai. Para a ouvirem deverão clicar no sublinhado: Ver o clip vidéo
Não é uma canção triste apenas a de quem vai fazer uma viagem diferente. Em comentário têm a letra
ATENÇÃO, BANDO - o clip só funciona se estivermos ligadas à net,claro

Obrigada, gaivota do sul, por me abrir o caminho para chegar à canção

Viajar! Perder países

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Gilbert Bécaud - L'important c'est la rose

Depois do amor será que o mais importante é a rosa?

Cheguei há pouco do amor

cheguei há pouco do amor (cidade de gaivotas loucas
e luzes cegas). não concordas? eu sei já sei: vês as coisas
como falésias altas e impossiveis como ameias. cheguei há
pouco do amor e trago comigo esse discurso aprendiz:
o idealismo. desculpe mas o que pensa destas palavras
do recomeço (desse caminho) dóceis letras da promessa?
perdão perdão: há que ganhar o outro lado (uma chama de cada vez).
se bem me lembro em pequeno
as cigarras podiam ser domesticadas e cada adeus era
um veneno. obrigado: obrigado. também me pareceu
ser essa a sua opinião, cheguei há pouco do amor e
vejo as certezas do mundo como uma ilusão. receio
pelo eterno procuro a fantasia mas é sempre no
ventre dessas gaivotas que se dão os primeiros beijos

João Luís Barreto Guimarães

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Quand'il est mort le poète

Poetas e gaivotas... Mas que dupla! Este é um bater de asas a ambos

os poetas

Com as polidas cintilações
das ondas eles enredam o mar
e aspam de brancura o voo das gaivotas

Sua íntima atitude
é a das estátuas por fora
Como elas amam sem noções que lhe doam

O céu foi o seu fundo das pupilas
horto da Estrela da Manhã
Mas volvidos são das paisagens rumorosas
onde nem o corpo do vento se suprime.


Sebastião Alba

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Elaine Paige- Memory Live (London 2000)

Sacudam as penas, gaivotas, e cultivem as vossas memórias que quando são boas são círculos de amor

Lembrança

Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...
Essa lembrança...
mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!

Mário Quintana

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Não um adeus distante
Ou um adeus de quem não torna cá,
Nem espera tornar. Um adeus de até já ,
Como a alguém que se espera a cada instante.
Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar

De novo para ti, no mesmo barco
Sem remos e sem velas, pelo charcoAzul do céu, cansado de lá estar.

E viverei sem ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
Amor, que tu bem sabes que quem chora
Assim, mente. E, se quiseres partir e o coração

To peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino
Talvez na rota, Que nos importa, aos dois, ir sem destino?

Álvaro Feijó

Dalida and Alain Delon - Paroles Paroles

Para a gaivota Mimi e a Gaivota do Sul que andam a cochichar nas nossas costas, ou seja em comentários. Com o Delon também eu gostava de fazer o mesmo

domingo, 17 de fevereiro de 2008

CARLOS PAIÃO - VERSOS DE AMOR

Para a Gaivota do Sul pelas palavras que me dirigiu no seu blogue. Assim a letra desta canção que nele tem publicada ficará vestida com a sua roupagem musical

sábado, 16 de fevereiro de 2008

I've Got You Under My Skin - Frank Sinatra

Primavera... inocência... amor, um trio debaixo da nossa pele

... nesta ante-visão de primavera...

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."

Alberto Caeiro

...um bom fim de semana para todo o bando...gaivota do sul

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Smile - Chaplin by Nat King Cole

Um belo sorriso para embalar o nosso fim de semana

8 bons presentes que não custam nada

O PRESENTE ESCUTAR...
Mas você deve realmente escutar. Sem interrupção, sem distração, sem planejar sua resposta. Apenas escutar.
O PRESENTE AFEIÇÃO...Seja generoso com abraços, beijos, tapinhas nas costas e aperto de mãos. Deixe estas pequenas ações demonstrarem o amor que você tem por família e amigos.O PRESENTE SORRISO....Junte alguns desenhos. Compartilhe artigos e histórias engraçadas. Seu presente será dizer, "Eu adoro rir com você."
O PRESENTE BILHETINHO...Pode ser um simples bilhete de "Muito obrigado por sua ajuda" ou um soneto completo. Um breve bilhete escrito à mão pode ser lembrado pelo resto da vida, e pode mesmo mudar uma vida.
O PRESENTE ELOGIO...Um simples e sincero, "Você ficou muito bem de vermelho", "Você fez um super trabalho" ou "Que comida maravilhosa" faz o dia de alguém.
O PRESENTE FAVOR...
Todo dia, faça algo amável.
O PRESENTE SOLIDÃO...Tem momentos em que nós não queremos nada mais do que ficar sozinhos. Seja sensível à esses momentos e dê o presente da solidão ao outro.
O PRESENTE DISPOSIÇÃO...A maneira mais fácil de sentir-se bem é colocar-se à disposição de alguém, e isso não é difícil de ser feito.

(autor desconhecido)

(Gaivota da Beira Tejo)

O que é o Amor?

Numa sala de aula, havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora:
-Professora, o que é o amor ? A professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor. As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora disse:
-Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse:
-Eu trouxe esta flor, não é linda?
A segunda criança falou:
-Eu trouxe esta borboleta.Veja o colorido de suas asas, vou colocá-la em minha colecção.
A terceira criança completou:
-Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele havia caído do ninho junto com outro irmão. Não é uma gracinha?
E assim as crianças foram se colocando.Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo.Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido. A professora se dirigiu a ela e perguntou:
-Meu bem, por que você nada trouxe?
E a criança timidamente respondeu:
-Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo.Vi também a borboleta, leve, colorida.Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la.Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir na árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho.Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho.Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu a criança e lhe deu nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração.

Autora da Mensagem: Eliane de Araujo (Escritora)
Extraída do Livro: "Historias para sua Criança Interior"

Gaivota da Beira Tejo

O amor é...

Um senhor de idade chegou a um consultório médico, para fazer um curativo na sua mão onde tinha um profundo corte. E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.
O médico que o atendia, curioso, perguntou o que tinha de tão urgente para fazer. O simpático velhinho disse-lhe que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava num lar para idosos, com mal de Alzheimer muito avançado. O médico muito preocupado com o atraso do atendimento perguntou:
- Então hoje ela ficará muito preocupada com a sua demora?E o senhor respondeu:
- Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece.O médico então questionou:-
-Mas então para que tanta pressa, e necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece?
O velhinho então sorriu e batendo de leve no ombro do médico respondeu:
- Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem quem ela é!
O médico teve que segurar as lágrimas enquanto pensava...O verdadeiro AMOR, não se resume ao físico, nem ao romântico. O verdadeiro AMOR, é a aceitação de tudo o que o outro é...De tudo o que foi um dia...do que será amanhã.. e do que já não é mais!

Encontrei este texto algures na net e adorei - Gaivota da Beira Tejo

Conselhos de um velho apaixonado

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR.
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um para o outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados... Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.
Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

Carlos Drummond de Andrade

(Gaivota da Beira Tejo)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

É o Amor - Maria Betânia

Deixemo-nos embalar pela voz da Betânia e batamos as asas para acompanharmos o poente desta tarde de um dia tão especial

O sol nas noites e o luar nos dias

“De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes.
Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.”

Natália Correia

(gaivota do sul)

DIA DO AMOR




As pequenas gavetas do amor



Se for preciso, irei buscar um sol



para falar de nós:


ao ponto mais longínquo


do verso mais remoto que te fiz



Devagar, meu amor, se for preciso,


cobrirei este chão


de estrelas mais brilhantes


que a mais constelação,


para que as mãos depois sejam tão


brandas como as desta tarde



Na memória mais funda guardarei


em pequenas gavetas


palavras e olhares, se for preciso:


tão minúsculos centros de cheiros e sabores

Só não trarei o resto


da ternura em resto esta tarde,


que nem nos foi preciso:


no fundo do amor, tenho-a comigo.


quando a quiseres-


Ana Luísa do Amaral

BALADA PARA UM AMOR AUSENTE

Meu amor disse que eu tinha
Uns olhos como gaivotas
E uma boca onde começa
O mar de todas as rotas

Assim falou meu amor
Assim falou ele um dia
Desde então eu vivo à espera
Que seja como dizia

Sei que ele um dia virá
Assim muito de repente
Como se o mar e o vento
Nascessem dentro da gente.

Anónimo

DO AMOR

Do amor fica sempre uma canção.
Fica um sinal na pele. Fica um sinal.
Do amor fica um sim e fica um não.
Fica o sol e a sombra. Fica o sal.

Do amor fica sempre um coração
a pulsar na memória o tempo breve
de sua chama a arder um só verão.

Do amor fica amor que se não teve.
Fica uma réstea e um rasto de navio.
Do amor o que fica é um passar
que do amor como o tempo é ser um rio
como um rio fluir e assim ficar.
E por isso de amor este arrepio
de se morrer (de se viver) de amar.

Manuel Alegre, in Coisa Amar (Coisas do Mar)
(Gaivota da Beira Tejo)

Para sonharmos no Dia de S. Valentim ao som da música

Toi et moi

Deux cœurs qui se confondent
Au seuil de l'infini
Loin du reste du monde
Haletants et soumis
A bord du lit
Qui tangue et va
Sous toi et moi

Toi et moi
Libérés des mensonges
Et sevrés des tabous
Quand la nuit se prolonge
Entre râles et remous
Nos songes fous
Inventent un nous

Entre chien et loup dans nos rêves déserts
L'amour a su combler les silences
Et nous, ses enfants nus, vierges de nos hiers,
Devenons toi et moi, lavés de nos enfers

Porte-moi
Au delà des angoisses
A l'appel du désir
Du cœur de nos fantasmes
Aux confins du plaisir
Que Dieu créa
Pour toi et moi

J'étais sans espoir, tu as changé mon sort
Offrant à ma vie une autre chance
Les mots ne sont que mots, les tiens vibraient si fort
Qu'en parlant à ma peau ils éveillaient mon corps

Aime-moi
Fais-moi l'amour encore
Encore et parle-moi
Pour que jusqu'aux aurores
Aux sources de nos joies
Mes jours se noient
Dans toi et moi.

Charles Aznavour

Charles Aznavour TOI ET MOI

Um bom dia de S. Valentim para todas as gaivotas do bando

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Preparemos o dia de S. Valentim. A música é uma introdução para reflectirmos sobre o amor

Onde estará o meu Amor- Maria Betania

Amanhã, dia de S. Valentim, será que vamos saber?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

AVEC (Charles Aznavour)

Avec ton sourire au coin de tes lèvres
Avec ton regard comme rempli de fièvre
Tu sembles sortir des mains d'un orfièvre
Et je ne peux que t'aimer mon amour

Avec dans ton cœur des points vulnérables
Avec les fureurs dont tu es capable
Tu es tour à tour l'ange ou bien le diable
Qui vient troubler mes nuits et mes jours

Ceux qui disent des sottises
Et prédisent notre échec
Je les ignore et t'adore
Plus encore avec
Avec tes façon de fille à la page

Avec tes curieux écarts de langage
Le peu de printemps qui compte ton âge
Je voudrais bien te garder toujours
Avec dans ta tête un grain de folie
Avec dans ton corps le goût de la vie
J'ai trouvé en toi toute une harmonie
Et je ne peux que t'aimer mon amour

Avec ta pudeur mêlée d'indécence
Avec ta candeur frôlant l'inconsciense
Ta maturité si près de lénfance
Je voudrais bien te garder toujours

Avec tes chagrins
Tes éclats de voix
Ton rire enfantin
Ta manière à toi
De parler soudain
De n'importe quoi
Et qui vont si bien
Avec toi

(Gaivota da Beira Tejo)Partilho do seu bom gosto

A propósito da canção She

Também é um dos cantores de quem mais gosto e esta canção é mesmo a minha preferida, mas assim, cantada pelo seu autor, o não muito grande, mas enorme Aznavour!Actualmente só se ouve na voz de Elvis Costello, por este a ter interpretado para a banda sonora do filme Notting Hill e nem passa pela cabeça da maioria dos ouvintes, que esta canção tenha tantos anos!Pode ser que com a vinda de Aznavour a Lisboa, a verdade seja reposta!Bom regresso e boa semana

gaivota do sul

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Touts les visages de l'amour (Versão original francesa da canção She)

Toi, par tes mille et un attraits
Je ne sais jamais qui tu es
Tu changes si souvent de visage et d'aspect
Toi quelque soit ton âge et ton nom
Tu es un ange ou le démon
Quand pour moi tu prends tour à tour
Tous les visages de l'amour
Toi, si Dieu ne t'avait modelé
Il m'aurait fallu te créer
Pour donner à ma vie sa raison d'exister
Toi qui est ma joie et mon tourment
Tantôt femme et tantôt enfant
Tu offres à mon cœur chaque jour
Tous les visages de l'amour
Moi, je suis le feu qui grandit ou qui meure
Je suis le vent qui rugit ou qui pleure
Je suis la force ou la faiblesse
Moi, je pourrais défier le ciel et l'enfer
Je pourrais dompter la terre et la mer
Et réinventer la jeunesse
Toi, viens fais moi ce que tu veux
Un homme heureux ou malheureux
Un mot de toi je suis poussière ou je suis Dieu
Toi, sois mon espoir, sois mon destin
J'ai si peur de mes lendemains
Montre à mon âme sans secours
Tous les visages de l'amour
Toi ! tous les visages de l'amour

Charles Aznavour

Charles Aznavour - She (Traduzida)

Para o bando começar a preparar a vinda do meu cantor favorito

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Amália Rodrigues - Maria Lisboa (1961)

A verdadeira Maria Lisboa
O som deve ser aumentado porque o fado, com letra de Mourão Ferreira, foi gravado há muito e o som não é dos melhores

E enquanto a Gaivota Maria Passeia por Lisboa...

Foz do Tejo, um país
O rio não dialoga senão pela alma
de quem o olha e embebeu a sua alma
de olhares ribeirinhos no passado
ou à flor do pensamento no futuro.
É um país que fala dentro da fronte,
olhando as naus, navios, barcos pesqueiros
e o trilho das famintas aves pintoras
de riscos negros, que perseguem o odor
das redes cheias, as outrossim poéticasfamiliares gaivotas.
É uma costa inteira
de imagens de gaivotas dentro dos olhos.
São bocas a pensar razões da vida,
gargantas já caladas pela nascença e morte,
quando entre si se vêem ou juntas olham
o mar dos seus próprios dias.
São cabeçasvelhas de labutar, entre dentes cerrados,
as palavras mudas de um ofício no mar,
antigas de silêncio, como se no esófago
guardassem há muito a sabedoria de ir
enfrentar o mar, transpor o mar, estar.
Tal como um rio o mar só quer falar
pela dor e alegria de alma com que o chama,
há séculos na orla, um povo mudo,
com as palavras presas, guturais sem fôlego,
dentro de si, tão firmes no palato, articuladas
na língua interior. E o mar é quieto ou bravo,
e a alma tensa de uma paixão secreta,
escondida atrás da boca, e sempre aberta,
tal como as pálpebras diante desta água.
Só a alma sabe falar com o mar,
depois de chamar a si o Rio, no imo
de cada um, recordações, de todos
os que cumprem na linha da costa o seu destino.
O de crianças, berços nascidos à beira-mar,
aleitadas por água marinha bebida por rebanhos,
alimentadas por frutos regados pela bruma.
Mesmo quando petroleiros, se olharmos o mar,
passam sem som na glote, para nós mesmos dizermos
que o tempo já findou das caravelas outrora
e dentro do nosso sangue passa o tempo de agora.
Também as varinas, fenícias áfonas no poema

que as canta, sabem as formas, pelo olhar,
de serem mulheres com peixes à cabeça.
E os pregões que eu calo, revendo-as, eram outra
língua do mar, os nomes com que nos chamam
para o seu modo de levar entre as casas o mar.
Mas as dores não as ecoa o mar, nem mesmo
as de poetas, só as pancadas das palavras
no encéfalo parecem ser voz do mar.
É uma nação única de memórias do mar,
que não responde senão em nós. Glórias, misérias,
que guardámos por detrás do olhar lírico
e da língua, a silabar dentro da boca.
Nunca chamámos o mar nem ele nos chama
mas está-nos no palato como estigma.

FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO

gaivota do sul

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Lisboa menina e moça

Tive que retirar a canção do mesmo nome que postei de manhã porque não estaba a funcionar. Vamos ver se esta dá. A intenção é a mesma: dar-vos o meu roteiro de fim de semana

Comentário à poesia "Lisboa"

Há algum tempo que eu não atravessava o rio, vinda do sul. No regresso da minha viagem ao Algarve, senti o fascínio que se desprende de toda aquela extensão ribeirinha e reparei quão bela é, de facto, esta cidade. Mas só Sophia consegue descrever, apenas em alguns versos, toda a sua beleza e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para pormenores que nos escapam! É lindo, este poema! Pode haver melhor forma de iniciar o dia?!
Boa Viagem, Gaivota Maria!
Gaivota do Sul

Caminho da Fé - Tocando em frente...

Não resisti a deixar-vos a Betânia e esta bela canção antes de sair para o esperado fim-de-semana

LISBOA

Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do meu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade- Digo para ver

Sophia de Mello Breyner Andresen

Novo Aviso ao Bando

A gaivota Mimi anda pelas estranjas a rezar a Alá. A Gaivota do Sul andou pelo Algarve a estrear-se de bisavó. Toca-me agora a mim ir de viagem. Pois é. Vou até Lisboa com a minha Universidade Sénior. Entre fados e visitas a museus e a amigos, acho que vai ser um bom fim de semana, aquecido pela promessa deste sol quase de verão. Vou fechar o escritório até segunda.
Um abraço da Maria

Leonor - gaivota mascote... que honrada me sinto por ela estar neste blog onde predomina o bom gosto! Parece que não é só a gaivota mimi que anda a viajar, deve haver mais gaivotas a fazer os seu voos primaveris! Que bom para elas!Acho que já descobri o mistério das fotos! Gaivota Maria, obrigada, mais uma vez, por toda a sua atenção!

Gaivota do Sul

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Atenção bando


Esta é uma foto da nossa gaivota mascote - a Leonor. Vejam como ela se modificou numa semana. A gaivota Mimi quando voltar da sua viagem vai ficar admirada do progresso dela. Não é mesmo um apetite?

A Felicidade é...

Querida Gaivota Maria,

Não tenho palavras para agradecer toda a atenção de que me tem rodeado pela chegada da Leonor. As bisavós ficam um bocadinho piegas (julgo que ganharam bem esse direito) e música e palavras entram no meu coração, derretendo-o de emoção.Bem haja!Os dias estão a ficar maiores e propícios para belos passeios. Para todo o bando desejo altos voos!

gaivota do sul

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Good night Sweetheart, Gaivota do Sul

Com as boas vindas do regresso da mais bela viagem que fez até ao Algarve

Chegou a bisavó feliz

Senti uma forte emoção ao ver a foto da Leonor neste blog de gaivotas, talvez ela uma pequenina gaivota algarvia... Imagino de onde terá vindo esta imagem, umas das primeiras depois do seu nascimento. Claro que estou muito feliz por ser bisavó e, brevemente, chegará o Zé Maria! Muito obrigada pela atenção e pelos votos de todo o bando!

Gaivota do sul

Moonlight serenade by Glenn Miller and his Orchestra

Uma música para acslmar dos excessos carnavalescos

domingo, 3 de fevereiro de 2008

El rumbo de tus pasos - Pasion vega y Miguel Poveda

Saudade será seguir o rumo de outros passos?

Não tenho vocação para a saudade

é o agora que amo

em cada gesto em cada cheiro

em cada cor em cada choro.



É o brilho das coisas e a neblina

o claro e o escuro

da condensada noite,

e a fluidez da manhã

acordada sozinha.


É o mistério das coisas que contemplo

olhos para o futuro que trago comigo

desde que nasci.


Ângela Leite

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Louis Armstrong - What A Wonderful World

É assim que a nossa Gaivota do Sul se deve sentir hoje já com a Leonor ao colo. Um beijinho do bando do norte

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

AVISO AO BANDO E AOS VISITANTES

A nossa gaivota do sul está de parabéns. Leiam o comentário que ela nos mandou há pouco:

"Regressei no dia em que fui bisavó... vou até ao Algarve conhecer a Leonor.Um bom fim-de-semana para todo o bando."

gaivota do sul

PARABÉNS, IRMÃ GAIVOTA DO SUL. Que tempos são estes em que as bisavós,em vez de estarem a lareira a tricotar botinhas de lã, participam tão entusiasticamente em blogs internéticos. Que pensarão de nós as nossas bisavós, lá no sítio em que estão?

Esta é a Leonor


Para que toda o bando a possa conhecer, aqui vai a foto da Leonor (nem sonha a bisavó de onde eu a roubei). Não é mesmo um apetite? Parabéns à família e para ela os nossos votos de uma vida longa e feliz.

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa.
Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.

Manuel António Pina

Regresso

Queridas gaivotas, voltei!
Com esta ausência fui eu que fiquei a perder... mas vou recuperar o tempo perdido. E tanto para ler e ouvir!
Durante o mês de Janeiro é normal sentir-me mais um urso... sem força nem disposição para voar... mas aqui estou de novo. O apelo do mar foi mais forte! E, já agora, que me seja permitido fazer um pouco de humor...

Gonna be a bear
In this life I’m a Woman. In my next life, I’d like to come back as a bear. When you’re a bear, you get to hibernate. You do nothing but sleep for six months. I could deal with that.
Before you hibernate, you’re supposed to eat yourself stupid. I could deal with that too.When you’re a girl bear, you birth your children (who are the size of walnuts) while you’re sleeping and wake to partially grown, cute, cuddly cubs. I could definitely deal with that.If you’re mama bear, everyone knows you mean business. You swat anyone who bothers your cubs. If your cubs get out of line, you swat them too. I could deal with that.If you’re a bear, your mate EXPECTS you to wake up growling. He EXPECTS that you will have hairy legs and excess body fat.Yup, gonna be a bear!
Um grande abraço para todas as gaivotas

gaivota do sul