sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Natal africano

Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.
Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.
Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.
Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.

Cabral do Nascimento

Obra Poética

(Gaivota da Beira Tejo)

1 Comentários:

Às 14 de dezembro de 2007 às 17:39 , Anonymous Anónimo disse...

Esta g.b.t.produz que se farta é imbatível.Tenho que admitir que fico "murchinha".Domina as buscas na internet aumentando assim os meus conhecimentos sobre autores desconhecidos para mim.

g.mimi

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial