segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

AS SERRAS DE EÇA DE QUEIRÓS - TORMES



Visitar Tormes, que só existe na ficção de Eça, significa visitar Santa Cruz do Douro. Nesta freguesia sobre o Douro, fica a Quinta de Vila Nova, sede da Fundação Eça de Queiroz e aqui se pode desfrutar o cenário das verdadeiras e legítimas Serras do romance queirosiano. Se lá chegarmos de comboio, iremos sair na mesma estação (cujo verdadeiro nome é Aregos, nome do lugar onde ela fica). E, os que tiverem a coragem de fazer a caminhada a pé até à Fundação, reconhecerão muitos dos locais referidos no romance e sentirão saudades de uma égua ruça ou de um jumento para trepar por aquele caminho de cabras que sobe desde o rio. Vou deixar-vos aqui sugestões de roteiros. Coragem e releiam A Cidade e as Serras.


Roteiro de comboio: A saída será do Porto S. Bento ou Campanhã. Decorre através de uma zona de fartos vinhedos e interessantes povoações. E quando chegarem à Pala ficarão extasiados com a magnífica vista do desaguar do rio Bestança (dizem que o menos poluído da Europa) no Douro, dentro da albufeira do Carrapatelo. Como a estação de Tormes (oficialmente lembrem-se que se chama estação de Aregos), que é a mais próxima da Fundação Eça de Queirós, não possui praça de táxis, uma jornada a partir dali é difícil pois de lá a Tormes sobe que se farta e ainda são uns Kms. Se sairem na estação de Mosteiró, a anterior a Aregos , têm táxis que vos poderão levar à Fundação fazendo uma passagem na estação onde o Eça ou o Jacinto desembarcavam. Não fica muito mais caro porque é um dos percursos dos taxistas. Mas o melhor será mesmo irem de comboio até à Ermida. De Mosteiró até lá a viagem é feita a poucos metros da água, parecendo-nos, por vezes, que o comboio ali vai mergulhar. Na Ermida poderão almoçar principescamente no restaurante Barriga Farta/Casa da Venda. Para fazerem a digestão tomem um táxi no local e a poucos Kms. terão a Fundação Eça de Queirós cuja casa museu é digna de uma visita. Com um pouco de sorte poderão encontrar a presidente daquela Instituição e viúva de um dos netos do escritor, que foi o último herdeiro da casa, Snra. D. Maria da Graça. O táxi que vos levou terá de esperar para vos colocar de novo na Estação da Ermida. Não se esqueçam de consultar os horários da CP para programarem os vossos tempos. Boa viagem e depois contem-me.


Roteiro rodoviário:A viagem faz-se pela A4 . Na placa 14 saiem para o Marco de Canaveses. Não entram no Marco (a não ser que queiram ir visitar a Igreja de S. Maria, do Siza Vieira) e seguem em direcção a Baião pela nova circular que vai até Campelo (Baião só existe como concelho. A sua sede é Campelo). Para entrarem no centro viram à esquerda na rotunda onde acaba a via circular. Aconselho-vos a almoçar aí. Têm várias opções. Sugiro-vos a Pensão Borges, na Rua de Camões. Esta rua é aquela por onde vão entrar. Qualquer pessoa vos indicará a sua localização. Escolham um dos diferentes menus queirosianos e terão oportunidade de verificar o respeito não só pelo cliente como pela gastronomia portuguesa, neste caso sugerida pela obra do nosso maior escritor. Se quiserem reservar antecipadamente aqui vai o telefone: (255) 541322.Depois de almoço saiam para a Fundação Eça de Queirós, em S. Cruz do Douro, pela estrada que vai em direcção a S. Marinha do Zêzere. No alto da serra, quando encontrarem a placa que indica a Fundação, sigam-na, virando à direita. A partir daí o vosso caminho será traçado por placas idênticas. Usufruam plenamente da paisagem. Tenho uma amiga francesa que quando entra na descida da serra e vê todo o vale até ao rio, à sua frente, me diz: “Quando é que este avião aterra?”. Quando a estrada terminar, viram à esquerda e seguem pela EN-108 (antiga estrada da Régua). Em breve encontrarão, do vosso lado direito, a placa da Fundação de Tormes. Podem levar o carro até à casa, que fica a uns 500m da estrada. O resto é convosco

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